Por isso, Inês continua pintando os lábios com vermelho-cereja, depois olha-se no espelho, sorri, vê que é bonita, que está tão bonita, e imagino, meu Deus, se pudesse ver-me agora.
domingo, 25 de marzo de 2012
Bela Inês.
Inês deixou de amar numa tarde de Fevereiro e esse empolgamento perdeu-se. Isso é certo. Não pensa nisso, mas sabe que tem um fungo. Arranjou outros divertimentos, mas o fungo continua inextinguível. Já perguntou à médica de família se haveria uns comprimidos, mas que não, que o mais provável era levá-lo para a cova ou para o crematório, e aí, sim, curava-se. E a médica riu-se, como se também tivesse um fungo, como se soubesse.
Por isso, Inês continua pintando os lábios com vermelho-cereja, depois olha-se no espelho, sorri, vê que é bonita, que está tão bonita, e imagino, meu Deus, se pudesse ver-me agora.
Por isso, Inês continua pintando os lábios com vermelho-cereja, depois olha-se no espelho, sorri, vê que é bonita, que está tão bonita, e imagino, meu Deus, se pudesse ver-me agora.